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Filme: "Pedra Podre" e Palestra com Sergio Dialetachi, ativista anti-nuclear, sobre "Energia Nuclear no Brasil"

 

Filme: "Pedra Podre" e Palestra com Sergio Dialetachi, São Paulo, ativista anti-nuclear, sobre "Energia Nuclear no Brasil"

 

data: Quarta-feira, 22.04.2009 as 19:30 hs.

 

lugar: FDCL, no MehringHof, Entrada 3, 5° andar, Gneisenaustr. 2a, 10961 Berlin (estação metro Mehringdamm).


Entrada livre, filme e palestra em português

Organizado por MehringHof Verein e FDCL.

 

Film: "Pedra Podre" und Vortrag mit Sergio Dialetachi, São Paulo, anti-atom aktivist, über "Atomenergie in Brasilien"

 

Film und Veranstaltung auf portugiesisch! Eintritt wie immer frei.

Ort: FDCL, Zeit: 22.4.2009 um 19:30 Uhr

Veranstaltet von MehringHof Verein und FDCL

 

 

Mais informações sobre energia nuclear no Brasil / Weitere Informationen zu Atomenergie in Brasilien:

 

"Atom für Carioca und Caramba". Brasiliens Ausbau des Atomprogramms, Sept.2008

Brasilien: Trinkwasser in Nähe von Uranmine bis zu siebenfach über zulässigen Grenzwerten belastet, 23.10.2008

Die Fortsetzung des deutsch-brasilianischen Bombengeschäfts mit anderen Mitteln. Mai 2008

LN / FDCL 1980: Das deutsch-brasilianische Bombengeschäft

 


Um brasileiro na Alemanha (contra as usinas nucleares)

Fundação de política verde promove debate sobre o potencial das energias renováveis no Brasil e alerta para os perigos da construção de novas usinas nucleares no país.

 

Berlim, 23 de abril de 2009

 

A Fundação Heinrich Boell irá realizar na capital alemã, durante toda esta semana, uma série de encontros para discutir os problemas que a construção de novas usinas nucleares pode trazer ao Brasil. A iniciativa visa fortalecer o sentimento antinuclear que tem ressurgido no meio da população da Alemanha e em várias outras partes do mundo.

 

O primeiro encontro de ativistas antinucleares ocorreu hoje na sede da Forschungs und Dokumentationszentrum Chile Lateinamerika (FDCL), entidade que foi criada por cidadãos alemães e chilenos, durante os anos do regime do General Pinochet no Chile, para chamar a atenção da imprensa européia sobre as atrocidades que estavam sendo cometidas por aquela “dita(mais ainda)dura”. Com o tempo, a FDCL ampliou a sua atuação e hoje se dedica a divulgar os problemas sociais, ambientais e políticos que afetam os países latinoamericanos.

 

Para o evento da FDCL foi convidado o ambientalista Sérgio Dialetachi que abordou os vários aspectos negativos da atividade nuclear no Brasil, desde a contaminação do meio ambiente pela mineração de urânio no município de Caetité-BA até a absoluta falta de controle de fontes radioativas como a que provocou a tragédia do Césio-137 em Goiânia-GO (em 1987).

 

Precedido da apresentação do filme brasileiro “Pedra Podre”, sobre a construção das usinas nucleares de Angra dos Reis-RJ, o diálogo entre os ativistas antinucleares durou quase 4 horas e causou nos presentes uma sensação comum: a necessidade urgente de rearticulação de um movimento global contra as tentativas de expansão da indústria nuclear.

 

“Não são só os riscos que essas usinas nucleares representam à vida das pessoas e ao meio ambiente que nos preocupam, mas também os enormes danos econômicos que esse tipo de indústria tem causado, principalmente aos países em desenvolvimento. Quantos bilhões de dólares, que seriam cruciais em projetos sociais, já não foram desperdiçados com o programa nuclear brasileiro?” perguntou Dialetachi, ao final do debate.

 

A série de encontros da Fundação Boell prevê diálogos com outras ONGs, visita a membros do Parlamento alemão e entrevistas à imprensa “alternativa”, culminando com uma participação, no final de semana, no McPlanet.com, evento que reunirá 1.500 especialistas e ativistas de diferentes países e áreas temáticas para discutirem maneiras de proteger o meio ambiente e promover a justiça social neste momento de transformação que o mundo atravessa.

 

Para maiores informações:

Fundação Heinrich Boell - Sabrina Petry: (21) 3221.9900


Chernobyl, Brasil

Debate na Alemanha relembra o acidente com usina nuclear ucraniana e

fortalece o movimento contra a construção de novos reatores no mundo.

 

Berlim, 27 de Abril de 2009

 

Terminou ontem na capital alemã, o McPlanet.com, evento bienal que reúne centenas de especialistas e ativistas de várias partes mundo para discutir questões sociais e ambientais. Desta vez sob o slogan “Fim de Jogo. Reinicie!” (em inglês “Game Over. Restart!”), o encontro procurou avaliar, em 3 dias e mais de uma centena de painéis, fóruns, oficinas, atividades artísticas e culturais e até de uma feira de possibilidades, como é possível o mundo avançar na proteção ao meio ambiente e na promoção da justiça social em uma era de globalização econômica.

Como destaque do último dia de discussões na Universidade Técnica de Berlim, a Fundação Heinrich Boell realizou um debate em memória do acidente de Chernobyl, ocorrido há 23 anos.

Foram convidados para fazerem as apresentações, Heinz Smital (coordenador da campanha antinuclear do Greenpeace alemão), Nikolaus Supersberger (especialista em energias renováveis do Wuppertal Institute for Climate, Environment and Energy), Sérgio Dialetachi (consultor da Fundação Boell no Brasil), além de um representante das indústrias alemãs. Teve como moderador o jornalista Nick Reimer (da entidade Wir-Klimaretter).

Durante a argumentação, foram explorados aspectos como a inviabilidade econômica da energia nuclear (que no mundo todo precisa de subsídios para poder competir com as fontes energéticas limpas), a questão de segurança (indo dos riscos inerentes à operação de reatores aos perigos de atentados terroristas contra essas usinas ou de roubo do material radioativo que produzem), a defasagem tecnológica que torna usinas como Angra 3 ultrapassadas (enquanto que as energias eólica e solar estão alcançando seu pico de atualização) e a falta de uma solução adequada (no mundo inteiro) para o lixo atômico.

O representante do Brasil salientou outro aspecto preocupante: a estreita ligação entre a indústria nuclear, desde o seu início nos anos 30/40, e a produção de bombas atômicas. “Foi no 1º reator nuclear construído para a geração de eletricidade, o da Universidade de Chicago (de 1942), que foram feitos importantes ensaios para a bomba de Hiroshima”, disse Dialetachi.

Em sua manifestação, o brasileiro relembrou também a tragédia com o Césio-137 em Goiânia, o comprometimento do meio ambiente pela mineração de Urânio em Caetité-BA, as denúncias de contaminação (acidental ou auto-produzida) de trabalhadores das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB) e a recente admissão pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) de que metade das fontes radiológicas do país (como a que provocou o acidente na capital goiana em 1987) estão completamente fora do seu controle e fiscalização. “É como se vivêssemos uma micro-Chernobyl todos os dias”, comparou o consultor da Fundação Boell.

Por último, Dialetachi alertou para o risco de nuclearização da América do Sul. Em sua opinião, por trás dos planos de construção de reatores nucleares no Uruguai, Chile, Bolívia, Peru, Equador e Venezuela (além do Brasil e Argentina, que já possuem indústrias nucleares) estão antiquados sonhos de hegemonia nacional ou regional. “Infelizmente, alguns governantes sulamericanos ainda acreditam que a aquisição por seus países de tecnologia sensível (provavelmente para a fabricação de artefatos militares) é o único caminho para a sua projeção no concerto das nações. Esses governantes não percebem o momento de transformações que a Humanidade está atravessando e a oportunidade que a América do Sul tem de liderar parte dessas transformações, desenvolvendo suas economias e satisfazendo as necessidades de suas populações de maneira muito mais limpa que a Europa, China, Índia, Japão ou EUA. Não devemos, não podemos e nem precisamos seguir os mesmos caminhos encardidos que outros países já trilharam e que nos levaram à atual crise ambiental, social e econômica mundial. Nossa liderança se exerce exatamente pela capacidade de dialogar e conviver em paz”, completou o ambientalista brasileiro.

Como lição dos debates em Berlim, pode-se dizer que Hiroshima, Goiânia, Caetité ou Chernobyl são apenas diferentes faces de uma mesma indústria nuclear suja, ultrapassada, insegura e cara.

Para maiores informações: Fundação Heinrich Boell – Sabrina Petry (21) 3221.9900